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sábado, 28 de janeiro de 2017

Livro: O Brasil e os Brasileiros – 2º Prefácio (1867)

           
No artigo anterior vimos o prefácio mais curto (ref. 1ª edição 1857). Neste prefácio mais longo os autores na voz de Fletcher faz um resumo dos dez anos que separa esta 7ª edição (1867), em inglês, da primeira (1857).[1] De fato o livro foi muito bem acolhido pelos leitores americanos revelando a carência que havia de informações sobre o Brasil.
            Na primeira edição o objetivo era mudar a mentalidade dos leitores estrangeiros, mal informados, a respeito do Brasil e dos brasileiros. Dez anos e cinco edições depois Fletcher entende que melhorou, mas ainda os americanos e europeus não adquiriram uma visão realista e correta sobre o país e seus habitantes.
            Diferente das edições anteriores nesta sexta ele vai incorporar muitas informações e atualizações que ele colhera nos períodos que passou viajando pelo país, perfazendo um acréscimo total de cem novas páginas. Apesar de morar na capital do Rio de Janeiro o escritor percorre amplamente o território nacional, inclusive fazendo uma viagem pelo rio Amazonas, mais de duas mil milhas ( 3.218 quilômetros) até às fronteiras com o Peru.
            Na edição presente os autores mantêm tanto as críticas, quanto à religião católica romana e o sistema de escravidão vigente no país, como também realçam os aspectos positivos. Lembram que o Brasil é uma jovem nação em sua independência e que, portanto, não é correto compara-la com os Estados Unidos, Inglaterra ou França, mas se deve compara-la com os demais países da América Latina, para se descobrir o quanto os brasileiros avançaram e progrediram em suas instituições políticas-econômicas-sociais.
            Em relação aos temas mais recentes e de grande relevância os autores optaram por inseri-los em formato de apêndices, tais como: a guerra contra o Paraguai, que tanto os americanos quanto os europeus tinha poucas e distorcidas informações; os diversos movimentos contrários à escravidão; e por fim o grande movimento de imigrante norte americanos do sul (1865), após a sangrenta batalha civil, dos quais eles foram os grandes derrotados. Também em forma de apêndice trata-se da permanente e continua ação de protestantes na sociedade brasileira. Igualmente fazem referências aos principais jornais brasileiros, bem como aos autores nacionais de destaque na época.
            Um capítulo inteiro é dedicado à pessoa do Imperador D. Pedro II, pelo qual Fletcher tinha enorme apreço e deslumbrava a possibilidade de vê-lo abraçando o cristianismo reformado. Outro capítulo é dedicado às demais figuras de expressão da política brasileira, bem como seus respectivos partidos. Reservam-se também amplas informações sobre a grande expedição cientifica realizado pelo eminente cientista Professor Louis Agassi[2] que repercutiu tanto no Brasil quanto no exterior e do qual se produziu posteriormente sua narrativa desta viagem.
            Os autores proporcionam também uma importante bibliografia crítica de obras e artigos sobre o Brasil, que foram produzidas no interim dos dez anos, tanto no exterior quanto no próprio país. O tradutor brasileiro procura indicar as referências quando traduzida e/ou editadas para o português.
            Por fim os autores fazem uma série de agradecimentos de eminentes personagens da vida pública brasileira que estiveram envolvidos diretamente na elaboração e edição da referida obra.
            Como uma espécie de apêndice deste Prefácio, eles inserem uma série interessante de informações úteis para aqueles que desejassem aportar no Brasil. Podemos perceber um pouco da infraestrutura oferecida aos que aqui chegavam para fazer negócios ou simplesmente conhecer o Brasil.
           
PREFÁCIO DA 6ª EDIÇÃO
A favorável acolhida que tiveram as cinco edições anteriores da presente obra nos Estados Unidos, na Inglaterra e no Brasil, demonstra um interesse crescente pela maior e mais estável das nações sul-americanas. Talvez que a ilustração que acompanha o Prefácio da Primeira Edição não tenha mais hoje a sua razão de ser como há dez anos passados, mas a verdade é que ainda impera a maior ignorância a respeito do Brasil na Europa e na América do Norte. A presente edição dará uma boa ideia sobre o progresso moral e material do Brasil no decorrer dos últimos dez anos.
Se bem que várias obras recentemente publicadas a partir de 1857 tratem em particular de certas regiões do país, nenhuma outra em língua inglesa dá como esta uma visita geral do Brasil e dos brasileiros. No que concerne à vida política e social do Império, na medida em que ela se acha centralizada no Rio de Janeiro, a história e a descrição dos acontecimentos e dos negócios na capital exprimem, em grande parte, o que se passa em todo o país. Em vista disso, o leitor é chamado a deter-se mais demoradamente na cidade em que reside o Imperador e o Parlamento realiza as suas sessões.
A partir de 1857, um dos autores da presente obra (J. C. F.) visitou o Brasil quatro vezes em anos diferentes, morando longo tempo no Rio de Janeiro, passando alguns dias em plantações e observando os sucessivos aspectos da escravidão no Brasil; realizando extensas viagens ao longo do litoral, e penetrando no interior. Em 1862, subiu o rio Amazonas até às fronteiras do Peru — mais de duas mil milhas de percurso ao longo do rio mais maravilhoso do mundo.
Era intenção dos aurores publicar uma nova edição em 1864, porém compromissos inesperados, neste e no ano seguinte chamaram o segundo dos autores ao Brasil e impediram a realização desse propósito, sendo, porém, de esperar que as vantagens de informes mais recentes hajam compensado, com vantagens, a demora involuntária.
A experiência dos autores sobre as coisas do Brasil se estende por um longo período de tempo, e foi com toda a consciência e imparcialidade que se esforçaram em manifestar o seu modo de julgar o país e os seus habitantes. Não tinham motivos para proceder de outra forma Se é verdade que não pouparam o que lhes pareceu errado, quer em assuntos de religião quer em assuntos de escravidão, etc. também não regatearam louvores, quando devidos, e não foi intencionalmente que deixaram de enaltecer algum aspecto bom dos brasileiros. Para homens de negócio estrangeiros, mal sucedidos em suas empresas, ou para viajantes apressados que percorrem o país ignorando as línguas portuguesa e francesa, sem nunca se associarem à vida dos habitantes, as descrições feitas por quem residiu longos anos no Império, ou percorreu-o demoradamente poderão parecer exageradas. Deve-se ter sempre em mente a origem dos brasileiros, que o Brasil é um país novo entre os demais países do mundo, e que a única forma verdadeira de comparar o Brasil não é medir o seu progresso pelo dos Estados Unidos, Inglaterra ou França, mas sim pelo das demais nações de raça latina da América.
Para tratar pormenorizadamente das transformações e progressos que o Brasil realizou nos últimos dez anos, seria necessário o espaço de um volume. Assim, foram acrescentadas, em emendas e aditamentos, em notas e apêndices, cerca de cem páginas de matéria nova á presente edição, tendo-se também, em muitos casos, alterado e acrescido o texto. Tanto quanto possível, foi toda a matéria posta em dia (1886) por meio de notas colocadas no final dos capítulos. Em alguns casos, cartas e descrições de viagens foram conservadas, sem mencionar datas, pelo fato de se referirem a hábitos e costumes que não sofreram alteração. Quando o assunto exigia maior espaço, preferiu-se tratá-lo em Apêndice. Dessa forma, a recente guerra contra o Paraguai (acerca da qual se tem manifestado, não só nos Estados Unidos como na Inglaterra, tanta ignorância como a da Europa em relação à última Rebelião nos Estados Unidos), encontrará o leitor um resumo de suas origens e acontecimentos no capítulo XVIII.
A escravidão no Brasil vem tratada no capítulo VIII.
A emigração para o Brasil tem ultimamente atraído grande atenção, principalmente no Sul dos Estados Unidos, depois de 1865. Sobre esse tema, encontrar-se-ão informações no capítulo XIII, bem como no discurso do Sr. Paula Souza, no último capítulo.
Intimamente relacionado com esse tema, segue-se o das atividades dos protestantes que, no ponto de vista do progresso moral, vem, melhor do que em qualquer outra parte da presente obra, no discurso do Sr. Furquim de Almeida e no artigo do Apêndice I.
Os recursos minerais do Brasil são reconhecidamente valiosos. As fontes principais são as minas de ouro e diamantes, porém até agora se tem notado certa deficiência de minerais úteis. Essa necessidade, entretanto, foi afinal suprida. Foi descoberto carvão em várias das províncias costeiras, sendo que a mais importante dessas descobertas foi realizada pelo Sr. Nathaniel Plant[3] (do Museu Britânico) no Rio Grande do Sul. Para uma notícia minuciosa dessas ricas minas de carvão, veja-se o Apêndice H. Nesse mesmo Apêndice, ver-se-á que as novas minas de ouro do Sr. Tasso,[4] no Nordeste brasileiro, demonstram que o precioso metal não se confina em absoluto à região de São João del Rei.
Os principais jornais brasileiros da capital vêm referidos no capítulo XIV, assim como a literatura brasileira e alguns de seus principais representantes, assunto esse que deve interessar a muitos leitores anglo-saxões.
Além das frequentes menções que vêm feitas na presente obra aos méritos e capacidades do Imperador Dom Pedro II, dedicou-se um capítulo, o capítulo XIII, especialmente à sua personalidade.
No capítulo X, encontrar-se-ão referências a estadistas e partidos políticos.
Em 1865, o conhecido sábio Professor Agassiz, acompanhado por uma comissão científica norte-americana, visitou o Brasil a convite do Imperador. O Professor Agassiz realizou extensas e interessantíssimas explorações, cujo relato em breve será dado a público.[5] Suas investigações sobre a região amazônica despertaram grande interesse entre os homens da ciência. O Major Coutinho[6] oficial de engenheiros do Exército brasileiro, por ordem do Imperador, acompanhou o Professor Agassiz nas suas explorações no Amazonas, tendo posteriormente publicado no Rio de Janeiro, em português e inglês, uma descrição parcial da maravilhosa fauna descoberta pelo Professor Agassiz no Norte do Brasil. Damos em Apêndice uma tradução de trechos dessa descrição.
De alguns anos a esta data, têm aparecido várias obras sobre o Império do Brasil, na Inglaterra, França Alemanha e Brasil. Entre elas, merecem menção a de Bates Naturalist on the Amazons, livro encantador e o melhor até hoje publicado sobre essas maravilhosas paragens.[7] A obra Deux Années au Brésil de Biard é, afora as suas belas ilustrações, o mais infiel livro jamais publicado sobre um país. O autor parece não ter refletido seriamente sobre o seu assunto. Survey of the River San Francisco, por Halfeld,[8] é um magnífico e volumoso in-folio, publicado no Rio de Janeiro, a respeito do qual referiu-se Sir Roderick Murchison, perante a "Royal Geographical Society", da seguinte forma: "Qualquer país se poderia orgulhar de semelhante obra". Não pode ser adquirido, porém alguns exemplares do mesmo foram enviados pelo Governo do Brasil às bibliotecas norte-americanas e europeias. Os artigos de Elisée Reclus, publicados na "Revue des Deux Mondes", em 1862, deixam ver que o autor é um ardoroso amigo da liberdade, mas que foram escritos após uma visita muito rápida ao Brasil, pois as suas conclusões são algum tanto apressadas, mormente quando se baseiam no livro de Biard e na obra, interessante porém parcial, do Dr. Avé Lallemant Reise durch sud Brasilien, Leipsig, 859. Grande número de publicações alemãs têm surgido relativas à "colonização" dos alemães no Brasil (a qual, em muitos casos, foi uma vergonhosa mistificação), mostrando-se os autores dessas publicações dispostos a não considerar com a mínima vontade todas as coisas do Brasil. Thomas Woodbine Hinchliff escreveu, sob o título South American Sketches" (Longmans, Londres, 1863), um trabalho muito bem cuidado e de agradável leitura.[9](*7). O Sr. Pereira da Silva está atualmente escrevendo uma história completa do Brasil em língua portuguesa. O Sr. Aguiar (de São Paulo)[10] num folheto intitulado "O Brasil e os Brasileiros", dá-nos algumas apreciações muito cáusticas sobre os seus concidadãos. O Sr. Soares, do Rio Grande do Sul, escreveu uma importante obra estatística sobre os recursos do Brasil. O Sr. M. M. Lisboa[11] iniciou, em seu trabalho Romances Históricos, um novo rumo literário que seria de desejar fosse explorado pelos escritores brasileiros. O Sr. A. C. Tavares Bastos, em suas Cartas do Solitário[12]  deu ao público brasileiro a mais valiosa das contribuições sobre as questões políticas, econômicas e morais que tão profundamente se relacionam com o bem-estar do Império. Uma excelente obra sobre os recursos do Brasil foi publicada em 1863 pelo Barão de Penedo (Ministro do Brasil na Inglaterra)[13] por ocasião da representação do Brasil na Grande Exposição de Londres, em 1862.
Os autores agradecem, pelas correções e contribuições feitas na presente edição, aos Srs. Robert William Garrett, do Rio de Janeiro, Brambier, do Pará, Sua Exc. o Sr. d'Azambuja, Ministro brasileiro nos Estados Unidos, Cavaleiro d'Aguiar(*12),[14] Cônsul-Geral do Brasil em Nova York, e aos Professores Gumere e Cope, de Haverford College, Filadélfia.

   Outubro de 1866.

   Nota do tradutor(*): Muitas das referências bibliográficas aqui publicadas foram colhidas na excelente memória de Rodolfo Garcia sobre História das Investigações Científicas, que constitui o capítulo XXV do Dicionário Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil, publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1922.

INFORMAÇÕES PARA QUEM VAI AO BRASIL        
            A língua portuguesa é a falada em todo o Brasil. Não é um dialeto do espanhol, porém uma língua distinta: como disse Vieyra, é a filha mais velha do latim. O português e o francês são as línguas da Corte. Um sexto da população das cidades mais importantes fala francês. Os que conhecem as línguas francesa, italiana ou espanhola facilmente aprenderão o português. O inglês é falado em todas as escolas mais adiantadas, e é grato aos americanos saber que, na capital, e em outras cidades importantes, os Class Readers de George S. Hillard, Esq., (autor de Six Months in Italy), são adotados nas aulas. Se bem que os Srs. Trübner & C., de Londres, e os Srs. Appleton, de Nova York, tenham publicado manuais para o aprendizado da língua portuguesa, parece-nos vantajoso dizer que, depois de um inglês ou um anglo-americano conseguir dar às vogais a pronúncia apropriada, do Continente, aprender as contrações, acentos, etc., e as particularidades de duas ou três consoantes, achará o português a mais fácil de todas as línguas estrangeiras. A terminação ão deve ser pronunciada quase como oun da palavra inglesa noun. As palavras terminadas em ões são pronunciadas como se um n fosse intercalado entre o e e o s; assim, Camões, em inglês se lê Camoens. As terminações em e in são aproximadamente pronunciadas como eng e ing em inglês: p. ex., Jerusalém se pronuncia Jerusaleng X tem o valor de sh; assim, um dos grandes afluentes do Amazonas, o Xingu, deve pronunciar-se: Shingú.
A palavra Dom (dominus), que sempre precede o nome do Imperador do Brasil, não e usada indiferentemente como o Don dos espanhóis, porém e um título empregado pelos portugueses e seus descendentes exclusivamente em relação aos monarcas, príncipes e bispos.
Um mil réis vale cerca de 56 centavos, ou dois shillings e seis pence em Inglaterra. As quantias em dinheiro no Brasil são representadas pelo sinal do dólar ($) depois da palavra mil: assim, 5$500 quer dizer cinco mil e quinhentos réis, cerca de três dólares. Um conto de reis corresponde a pouco mais de £ 112.
As vestimentas, como é natural, devem ser adaptadas ao clima; mas leve-se sempre alguma roupa de lã, pois no interior, e ao sul da Bahia, o termômetro marca frequentemente 60°Fahrenheit [15,5ºC] . Quase desnecessário será dizer que uma casaca é indispensável para os que vão a palácio. Todos os objetos de uso pessoal, como roupa usada, por exemplo, são livres de imposto; mas os viajantes deverão lembrar-se de que não devem vir providos de charutos. Há muitos reembolsos de fretes pagos na Alfândega por objetos pertencentes a emigrantes, material agrícola, maquinismos, etc.
Quanto às leis de patentes, modos de obter privilégios de invenções, etc., o Sr. William V. Lidgerwood, Esq., (encarregado de negócios dos Estados Unidos em 1865-66) pode dar melhores informações do que ninguém sobre o Brasil. Reside no Rio de Janeiro.
Os Srs. Trübner & Cia. (60, Poternoster Row, Londres) estão em condições de fornecer livros brasileiros e portugueses a qualquer país da Europa e da América. Tivemos satisfação de saber que essa casa editora vai publicar um novo e completo Dicionario Inglês-Português — ideia de grande alcance, pois todos os léxicos existentes são muitíssimo antiquados.
Publicações inglesas e americanas de obras notáveis e literatura ligeira podem ser obtidas em H. M. Lane & Cia., à rua Direita 15, Rio de Janeiro; e em Guelph de Lailhacar & Cia., Rua do Crespo, Pernambuco, e na cidade de São Paulo.
Carrington & Cia., "Expresso Norte-Americano e Brasileiro", apresenta grandes vantagens por ter acompanhado o desenvolvimento das Companhias de Navegação dos Estados Unidos e do Brasil. Os Srs. Carrington & Cia., (30 Broadway, Nova York), encarregam-se de entregar encomendas postais e dinheiro, ou executar ordens no Pará, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, e vice-versa. George N. Davis, Esq., Comissário de Mercadorias, Rua Direita, 92, é o seu agente no Rio de Janeiro.
Os hotéis no Brasil não se comparam com os da Europa e Estados Unidos. No Rio todos são caros, variando o preço, conforme o quarto, de 10 shillings a 1 £. O Hotel do Comércio e o Hotel dos Estrangeiros são os melhores hotéis ingleses da capital. O Hotel da Europa é o melhor dos hotéis franceses. O estabelecimento de Bennett, a uma hora do Rio, é o ponto mais agradável do Brasil. Na Bahia, o Hotel Furtin é um bom restaurante, que convém muito aos que chegam por mar. Em Pernambuco, o Hotel Universal oferece as mesmas vantagens. Os hotéis de Bahia e Pernambuco são pequenos, comparados aos do Rio. Os preços de 1855 aumentaram em 1866 de um terço até metade — exceto em Petrópolis, onde há vários bons hotéis.

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Reflexão Bíblica
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/


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Referências Bibliográficas
KIDDER, D. P. & FLETCHER, J. C. Brazil and the Brazilians, portrayed in Historical and Descriptive Sketches (9ª. ed.). Philadelphia: Childs & Peterson, 1879.
KIDDER, D. P. e FLETCHER, J. C. O Brasil e os brasileiros – esboço histórico e descritivo, v. 1.Brasiliana – Biblioteca Pedagógica Brasileira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1941 [Tradução da 7ª. edição em inglês - Elias Dolianiti e Revisão e Notas de Edgard Sussekind de Mendonça].
KIDDER, Daniel P. Sketches of Residence and Travels in Brazil, Embracing Historical and Geographical Notices of the Empire and its Several Provinces. Philadelphia: Sorin & Ball, 1845.
OLIVEIRA, D. V. “The Brazil and The Brazilians”: Apontamentos documentais e analíticos de uma publicação norte-americana sobre o Brasil no século XIX. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011.
_______________. A “sólida e estável” Monarquia nos Trópicos: Imagens sobre o Brasil e os Brasileiros no livro Brazil and Brazilians – portrayed in Historical and descriptive sketches, 1857.Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2013.

PRATT, Mary Louise. Os olhos do Império: Relatos de Viagens e Transculturação. Bauru: EDUSC, 1999.





[1] O livro terá apenas uma única versão em português em 1941, da qual estou transcrevendo e comentando no blog.
[2] Agassiz, Jean Louis Rodolph, 1807-1873. Viagem ao Brasil 1865-1866. Tradução e notas de Edgar Süssekind de Mendonça. – Brasília : Senado Federal, Conselho Editorial, 2000. (Coleção O Brasil visto por estrangeiros).
[3] Nota do Tradutor: Nathaniel Plant — The Brazilian Coal-fields, with a Description of the Plant — Remains by W. Carruthers, in "Geological Magazine", v. 6, nº 4, abril de 1869. Anteriormente já publicara: Report on the coal mines of River Jaguarão, in the Province of São Pedro do Rio Grande do Sul, 1867.
[4] Nota do Tradutor: Jaccomo Tasso, concessionário de minas em Piancó, Paraíba do Norte — ver Apêndice D.
[5] A journey in Brazil por Louis Agassiz e Elizabeth Cary Agassiz, Edição brasileira publicada nesta Brasiliana nº 95, sob o título Viagem ao Brasil, tradução e notas de Edgar Sussekind de Mendonça.
[6] J. M. da Silva Coutinho, major de engenheiros do Exército Brasileiro, autor Relatório sobre a Exploração do Rio Madeira, 1862; Relatório sobre a Exploração do Rio Purus, 1862; acompanhou o Prof. Agassiz em sua Expedição ao Amazonas, tendo em colaboração com esse cientista, feito comunicações à Academia de Ciências de Paris.
[7] Henry Walter Bates Naturalist on the Rio Amazon, Londres, 1863, 2 vols., trad. a ser brevemente editada nesta Brasiliana sob o título Um naturalista no Amazonas.
[8] Henrique Guilherme Fernando Halfeld Relatório concernente à exploração do Rio de São Francisco, desde as cabeceiras de Pirapora até o Oceano Atlântico, levantado por ordem do governo de S. M. Dom Pedro II em 1852, 53 e 54, Rio de Janeiro, tip. de Georges Bertrand, 1858. Atlas, Litografia Imperial de Eduardo Rensburg, 1860.
[9] Thomas Woodbine Hinchlift South American Sketches, or a Visit to Rio de Janeiro, the Organ Mountains, La Plata and the Paraná, Londres, 1863.
[10] Antonio Augusto da Costa Aguiar. O Brasil e os Brasileiros, Santos, 1862.
[11] Miguel Maria Lisboa. Romances históricos por um brasileiro, Bruxelas, 1866.
[12] A. C. Tavares Bastos Cartas do Solitário, 3ª edição publicada nesta Brasiliana, nº 115.
[13] Barão de Penedo (Francisco Ignacio de Carvalho Moreira).
[14] Luiz Ferreira de Aguiar.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Perseguições Império Romano à Igreja: Severo ao Edito de Tolerância


            Como explicado no artigo anterior inicialmente os cristãos eram tolerados dentro Império da mesma forma que os judeus, pois até então se pensava que o cristianismo era uma seita judaica. Somente após as perseguições promovidas por Nero é que os cristãos serão tratados distintamente. Completando o artigo anterior veremos como a Igreja Cristã foi tratada pelo Império Romano a partir do governo de Severo, até o momento em que o Cristianismo deixou de ser uma religião ilícita e passou a fazer parte integrante do Império.
Ø  Severo (192 d.C.): Encerrada a dinastia nerva-antonina, ruge mais uma vez a malícia persecutória; os preconceitos e a fúria da multidão ignorante, culpando os cristãos pelas desgraças acidentais, reeditam-se leis obsoletas em relação aos adeptos do cristianismo.
o   Até o século II, as ações persecutórias encontravam-se circunscritas às autoridades e ao nível das províncias romanas. Conforme destaca G.E.M. de Ste Croix, o poder imperial, nesta época, não intervinha diretamente sobre a questão dos cristãos, a qual ficava a cargo dos governadores de província (STE CROIX, 1963, p. 7). Todavia, quando se inicia o século III, visto que o cristianismo estava estabelecido em todo o Império, a ponto de Tertuliano, que viveu nessa época, registrar, uma hipérbole com certeza, que se os cristãos houvessem se retirado em massa dos territórios romanos, o império teria ficado grandemente despovoado. E o apologista registra o clima anticristão que predominava naquele momento: “Se o Tibre chega às muralhas, se o Nilo não se eleva até os campos, se o céu não provê chuva, se há terremotos, se há fome ou peste, imediatamente grita-se, ‘Os cristãos ao leão’. Tantos para um?”
§  O que fica claro nessas palavras de Tertuliano é que os cristãos se transformaram em bodes expiatórios no transcorrer do século III, passando a ser os principais inimigos internos do Império Romano: depreciadores dos valores romanos, perturbadores da paz dos deuses, e na visão do governo colcoando em risco a manutenção da própria res publica.
o   A partir deste contexto o poder imperial passa a tratar a questão do Cristianismo, como grande perigo de desestabilização, de modo que os imperadores passaram a se envolver diretamente com a questão cristã, em especial Décio, Valeriano e Diocleciano.
Ø  Décio (249 d.C.): A primeira perseguição em todo o Império. Aborrecido com seu antecessor (Felipe) e enciumado com o avanço do cristianismo, visto que os templos pagãos começavam a ser abandonados e as comunidades cristãs cada vez mais cheias, Décio vai colocar todo seu esforço para erradicar o cristianismo do Império e para isso promulga um decreto, cujo teor disserta Dreher (2004, p. 54):
o   A partir de 249, imperadores naturais da llíria procuraram, através de uma concentração de forças, salvar a unidade do Império. Contra as forças desagregadoras dos cultos orientais é que se voltou o edito do imperador Décio (249-253), no ano de 250. Segundo o edito, todos os habitantes do Império tinham que sacrificar aos deuses e ao gênio do Imperador. Feito o sacrifício, o autor do mesmo recebia um certificado. O edito não se dirigia especificamente contra os cristãos, mas atingi-os em cheio, pois os adeptos das comunidades cultuais não cristãs realizavam os sacrifícios sem maiores escrúpulos. As religiões sincretistas não proibiam tal sacrifício. Para os cristãos, a situação era diferente. Para eles, o sacrifício significava automaticamente prisão, perda da propriedade e morte.
o   Contribui para isso o fato de que a igreja cristã estava subdividida em inúmeras facções. Na ilha de Creta, o governador, sumamente ativo na execução dos éditos imperiais, fez correr rios de sangue dos piedosos cristãos. Era exigido que os cristãos renunciassem sua fé, e que se submetessem aos ritos da religião imperial. Os que se submetessem receberiam um Certificado de Sacrifício (libellus) da Comissão sacrificial local e assim seria inocentado da suspeita de minar a unidade religiosa do Império.
§  Sob tanta pressão muitos cristãos sucumbiram; muitos pagaram propinas para adquirirem um certificado. Entretanto, muitos se recusaram e preferiram enfrentar a morte, como Fabiano de Roma (Cipriano de Cartago. Epístolas 75,3) e Bablas de Antioquia (História Eclesiástica VI. 39, 4). Orígenes, o célebre presbítero de Alexandria, foi preso aos sessenta e quatro anos e torturado violentamente, enquanto outros líderes precisaram fugir – como Cipriano de Cartago (Epístolas 2,1).
o   De acordo com documento da época - as Epístolas de Cipriano de Cartago – podemos perceber que está terrível política imperial alcançou um relativo, e rápido, êxito, pois muitas comunidades, sem suas lideranças, apostataram (Cipriano de Cartago. Tratado sobre os apóstatas 8; cf. História Eclesiástica, de Eusébio de Cesaréia).
Ø  Valeriano (257 d.C.): Sete anos após a morte de Décio, em 257, Valeriano promulgou dois editos que definiram as diretrizes da perseguição e a ilegalidade do Cristianismo. A perseguição promovida por Valeriano objetivava a destruição das comunidades cristãs a partir do confisco de seus bens e da destruição física de suas principais lideranças e notáveis (tática usada por Hitler em relação aos judeus alemães e todos os regimes totalitários).
o   Perdurou por longos e terríveis três anos e dez meses. Foram inumeráveis os mártires dessa perseguição; suas torturas e mortes eram variadas e penosas. Estêvão, bispo de Roma, foi decapitado; Saturnino, o piedoso bispo ortodoxo de Toulouse, teve seus pés atados à cauda de um touro, e o enfurecido animal desceu em disparada as escadarias do templo. No ano 258 d.C, Marciano, que dirigia os assuntos do governo em Roma, conseguiu uma ordem do imperador Valeriano para matar todo o clero cristão que atuava na capital do império e por ordem dele, o bispo Sixto e seis de seus diáconos sofreram o martírio.
o   Na África, a perseguição rugiu com peculiar violência; milhares foram martirizados. Cipriano, bispo de Cartago, um pregador piedoso e cortês, em 250 d.C, ele foi publicamente proscrito pelo imperador Décio e todos os seus bens confiscados; em 257 d.C, foi desterrado para uma pequena cidade, no mar da Líbia; mas depois de outro tribunal, foi condenou à decapitação, sentença executada no dia quatorze de setembro de 258 d.C.
§  A título de exemplo, é oportuno transcrever a mísera sorte do imperador Valeriano, que durante muito tempo, e tão duramente, perseguiu os cristãos. Este tirano foi feito prisioneiro, mediante um estratagema, por Sapor, imperador da Pérsia, que o levou ao seu próprio país e tratou-o ali com a mais inusitada indignidade, ao fazê-lo sempre ajoelhar-se como o mais humilde escravo e colocar sobre ele os pés, como se fora uma banqueta, quando montava em seu cavalo. Depois de tê-lo humilhado durante sete anos neste abjeto estado de escravidão, fez com que lhe tirassem os olhos, apesar de já possuir oitenta e três anos de idade. Ainda não saciados os seus desejos de vingança, ordenou que o esfolassem e esfregassem lhe sal na carne viva. Sob tais torturas, morreu Valeriano, um dos mais tiranos imperadores de Roma e um dos maiores perseguidores dos cristãos. (Eusébio de Cesareia. História Eclesiástica VII, 13,1; Lactâncio. Sobre a morte dos perseguidores 5,2-5).
Ø  Galieno (253-268). Com a morte de Valeriano, assumiu seu filho que foi mais condescendente e durante seu reinado (exceto por alguns poucos mártires) a Igreja gozou relativa paz. Chegou a promulgar um rescrito pelo qual devolvia os lugares de culto e os bens às comunidades cristãs (cf. Eusébio de Cesareia. História Eclesiástica VII, 13,1), embora não tenha declarado o cristianismo uma religião lícita.
Ø  Diocleciano (284-305): O breve período de paz entre o Império e os cristãos será rompido por um dos períodos mais implacáveis de perseguição. Como autodenominado Pontifex Maximus o imperador tornar-se o zelador das tradições religiosas e cabia a ele buscar a benevolência dos deuses que garantiria a ordem e a prosperidade para o Império (BROWN, 1999:40).
o   Diante do risco permanente de motins entre seus generais, ele estabelece um colegiado do poder imperial, denominado na historiografia como Tetrarquia: um sistema político que baseava na promoção da concórdia e da uniformidade.
o   Então, após um período desde o rescrito de Galieno, a situação vai mudar radicalmente, ainda que não houvesse nenhum motivo para isso, como descreve Moses I. Finley (1991, 170):
·         Cristãos ocupavam cargos públicos, e eram leais (ou tão indiferentes) ao Império como qualquer outro grupo, não havia nenhuma grande pressão popular no sentido de eliminá-los, no sentido de torná-los bodes expiatórios da peste e da fome; em suma, não havia nenhum motivo político ou social visível para que Diocleciano, quase ao final de seu reinado, decidisse esmagar essa religião.
o   O que aconteceu então? O historiador Paul Veyne nos ajuda a entender essa drástica mudança. Próximo do ano 300, Diocleciano elabora um decreto visando uma pureza moral do Império Romano. Para ele somente a volta do respeito às veneráveis e puras normas das leis romanas fariam com que os deuses fossem mais indulgentes com Roma ao “virem que todos os súditos do imperador levam uma vida piedosa, devota, tranquila e pura” (VEYNE, 2010, p. 245).
o   Entretanto, este desejo nostálgico-religioso do imperador vai encontrar nos cristãos um obstáculo, pois eles além de estarem espalhados por todo o império são obstinados em sua adoração exclusivista – é preciso quebra-los – quatro editos serão promulgados (Lactâncio 12,2; 13,1; Eusébio de Cesaréia – História Eclesiástica, VIII, 2, 1-5; BARNES, 1981, p. 23):
§  Toda literatura cristã deve ser entregue às autoridades imperiais para serem queimadas;
§  Seus lugares de culto devem ser demolidos;
§  Seus direitos legais foram suprimidos;
§  Os cristãos proeminentes (honestiores) tiveram seus privilégios suprimidos;
§  Um número crescente de cristãos foi aprisionado;
·         O segundo e terceiro editos endurecem ainda mais a perseguição:
·         As lideranças cristãs são presas (bispos, presbíteros, diáconos);
·         Somente após o cristão efetuar um sacrifício público aos deuses, ele ficaria livre da prisão.
Ø  Declínio das Perseguições Imperiais
o   A partir da abdicação de Diocleciano e Maximiano as perseguições no Ocidente declinam rapidamente. No Oriente o maior perseguidor, Galério, tomado pela enfermidade, edita um decreto cessando a perseguição aos cristãos e solicitando-lhes que orem por ele e pela res publica (LACTANIO, 34, 1-5; CESAREIA, VIII, 17, 3-10). Este decreto é o marco histórico da definitiva liberdade de ser cristão. Em seu comentário sobre esse decreto, F. Ruggiero afirma:
·         Os cristãos foram um inimigo extremamente anômalo. Por mais de dois séculos Roma tinha procurado assimilá-los ao próprio tecido social… estavam fisicamente no interior da civitas Romana, mas por motivos diversos eram-lhe estranhos; tinham finalmente determinado uma radical transformação da própria civitas em sentido cristão.
o   Mas apesar de Maximino Daia, no Oriente, manter a perseguição contra os cristãos, utilizando como argumento as calúnias contra Cristo, contidas no documento apócrifo “Atas de Pilatos”, no final vai prevalecer o “Edito de Tolerância de Galério”,[1] que revoga os editos persecutórios, e inclui entre as divindades que protegem o Império Romano, o Deus dos cristãos. A partir daqui se estabelecem as bases das relações do cristianismo com o poder imperial, não apenas no século IV, mas no Governo de Constantino I e além.
o   O Cristianismo goza agora de um status de religião lícita (religio licita), que somado à vitória de Constantino sobre seu maior concorrente Maxêncio, na famosa Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de outubro de 312 (cf. CESAREIA, IX, 9, 1-13; Vida de Constantino I, 38-40, 1-2) e a conferência imperial de Milão, entre Constantino e Licínio (308-324), acrescido da derrota de Maximino Daia para Licínio (cf, CESAREIA, IX, 10. 1-5), transforma a religião cristã, até então ilícita e perseguida, em uma religião lícita e favorecida pelos futuros imperadores romanos.
Sem nos determos em detalhes, podemos estabelecer uma espécie de estatística entre os anos 64 e 313, isto é, sobre um período de 249 anos, e chegarmos, conforme cálculos de Giordani (2002, p. 331), a cento e vinte e nove anos de perseguição religiosa para cento e vinte anos de tolerância:
o   Século I: 6 anos de perseguição e 28 de tolerância.
o   Século II: 86 anos de perseguição e 14 de tolerância.
o   Século III: 24 anos de perseguição e 76 de tolerância.
o   Século IV: 13 anos de perseguição.

Imperador Constantino: Herói ou Vilão?

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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[1] É também denominado de “Édito de Tolerância de Nicomédia” e foi um édito datado de 311 d.C. e emitido pela tetrarquia de Galério, Constantino I e Licínio, oficialmente colocando um fim à perseguição promovida por Diocleciano aos cristãos.